A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA TUTORIA À DISTÂNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Ana Lucia Balbino da Silva

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Elzenir Neves Candéa Silva              

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Este relato faz parte de um artigo intitulado: “A importância da afetividade na tutoria a distância no curso de Aperfeiçoamento em Educação de Jovens e Adultos (EJA) na diversidade”. Faz parte do Livro: A Educação Matemática e a Educação de Jovens e Adultos: Experiências Exitosas – UFC- Alles Lopes de Aquino/Maria José Costa dos Santos. 2014.

O presente texto faz parte de uma experiência vivenciada ao longo de seis meses por duas tutoras do curso de Aperfeiçoamento em Educação de Jovens e Adultos na Diversidade, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação (MEC), ofertado pelo Instituto UFC Virtual, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

 Neste contexto, a tutoria fez parte de um projeto piloto, que exigiu o comprometimento com um grupo de professores da rede municipal de Fortaleza-Ce, em um curso de formação continuada, realizado de forma assíncrona, dentro do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), pertencente à UFC Virtual, denominado SOLAR presencial. A educação à distância possui características próprias, concretizando-se por meio da desterritorialização e mediação via tecnologias de informação e comunicação, que constituem um espaço de aprendizagem interativa e colaborativa.  Para Moran (1997), a educação à distância faz parte de um processo que envolve ensino/aprendizagem, sendo mediado pelas TDICs, onde tanto professores como os estudantes, conseguem presencialidade por meio da internet.

Dessa forma, o trabalho foi iniciado com um grupo de 126 professores efetivamente matriculados, e que, em sua grande maioria, estavam tendo o primeiro contato com as ferramentas e recursos digitais básicos, necessários à formação dentro desta modalidade. Sendo assim, os desafios foram enormes, pois havia a necessidade de uma aplicabilidade mais eficaz na abordagem dos assuntos pertinentes à formação do professor que atuava nas turmas de Educação de Jovens e Adultos, como também a necessidade prioritária de minimizar ao máximo à distância entre tutor (a)/aluno (a), dentro do espaço do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), conduzindo assim a turma, com toda credibilidade, presencialidade e qualidade dos conteúdos desta formação continuada. O maior desafio encontrado foi o acesso e a permanência dos cursistas no AVA, devido ao desconhecimento e a dificuldade de manuseio dos equipamentos e recursos digitais. Com a finalidade de superar essas dificuldades, foi necessário considerar as particularidades de cada um, e, construir vínculos de afetividade, que permitissem um elo de confiança e segurança durante toda a formação continuada. Para Moran (2004), o ambiente afetivo impulsiona e favorece as interações, facilitando a comunicação e promovendo a união entre os participantes, cativando, e ampliando habilidades de engajamento.

A pesquisa foi aplicada aos alunos da turma Fortaleza, do curso de Aperfeiçoamento Educação de Jovens e Adultos, e os sujeitos foram os professores da rede municipal de Fortaleza. O curso aconteceu entre o período de 15 de março a 31 de agosto de 2014. O curso teve como objetivos realizar o processo formativo em EJA – através da modalidade EaD, priorizando os docentes que atuavam e estavam lotados nestas turmas. A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, baseada na aproximação com os cursistas por meio do diálogo, relacionamento interpessoal, conhecimento individual e dinâmicas coletivas, sistematizando a valorização da autoestima. Os recursos comunicativos de aproximação utilizados foram: a construção de uma página do Facebook, o envio de e-mails, com uma linguagem informativa compreensível, a presencialidade do tutor (a) nos fóruns de discussão, a ligação telefônica, como busca ativa individual e orientação individual de como utilizar os equipamentos e recursos digitais. Os resultados que se estabeleceram ao término da formação, evidenciaram a importância de considerar a afetividade durante todo o processo da aprendizagem. A formação finalizou com uma porcentagem de 83% de professores concluintes e com apenas 17% não concluintes, já computando os evadidos e os que não obtiveram o mínimo nas participações dentro do AVA, por questões pessoais.

 

REFERÊNCIAS

MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Papirus Editora, 2000.

MORAN, José Manuel. Interferências dos meios de comunicação no nosso conhecimento. Revista Brasileira de Comunicação. São Paulo, v.17, n. 2, p. 1-10, jul./dez.,1994.

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